Título: A queda de Artur
Autor: J.R.R. Tolkien
Editora WMF Martins Fontes, 286p.
A expedição do Rei Artur a terras selvagens, a traição de seu sobrinho Mordred e a fuga de Guinevere, Sir Lancelot e o retorno de Artur a Grã-Bretanha. Um poema escrito e não finalizado por Tolkien em duas versões, inglês e português, com observações e notas muito explicativas de Christopher sobre a escrita do pai, as lendas arturianas que fundamentaram a criação do poema. O livro traz também a relação do poema não escrito com a obra cosmológica O Silmarillion e a evolução da escrita do poema em sua forma publicada.
Demorou, mas finalmente resolvi passar este livro para o topo da minha pilha interminável de livros a serem lidos. Publicado em 2013, o livro se divide em duas partes: o texto de Tolkien e as anotações de seu filho Christopher. O texto que intitula o livro, o poema sobre Artur, infelizmente é inacabado. As anotações de Christopher SEMPRE são o atrativo nestas publicações, não somente porque os textos do pai na maioria das vezes são menores ou, como neste caso, inacabado, mas porque Christopher fala em detalhes do que existe por trás da escrita do trabalho de Tolkien. Em A queda de Artur, a parte de Christopher se divide em 4 sub-partes: notas sobre o poema, análise sobre o mito de história do Rei Artur e as obras que vem retratando essa história ao longo do tempo, relação do poema NÃO escrito com O Silmarillion.
Eu confesso que fiquei meio louca quando cheguei na parte do Christopher, tive que voltar e reler o poema enquanto lia sobre análise do mito de Arthur, porque Christopher não somente menciona outras obras que já abordaram a história do rei Arthur como diz no que o poema do pai se assemelha e diferencia delas, indo e voltando durante a narração “cronológica” dos acontecimentos.
O livro traz também a evolução da escrita do poema e a relação do poema com O Silmarillion, a saber, a relação entre a ilha de Avalon do Rei Arthur e Avallónë, a cidade portuária da ilha chamada Tol Eressëa, e Númenor, a ilha que um dia havia sido o maior reino dos homens (dentro da literatura tolkeniana) e que afundou quando seus habitantes se tornaram ambiciosos demais (a semelhança de Atlântida). Christopher mais uma vez teve um cuidado e esmero absurdos em mostrar as semelhanças e diferenças relacionando as obras do pai com outras sobre o rei Arthur quanto relacionando a criação de Tolkien entre si. Completamente recomendado.
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