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17 de mai. de 2017

Austenlândia (Livro X Filme)



Título: Austenlândia
Autora: Shannon Hale
Editora Record, 240p.

Jane Hayes tem 33 anos, tem boa aparência e um bom emprego, mas também uma longa lista de relacionamentos fracassados. Talvez isso se deva ao fato de que Jane, fanática por Jane Austen e Orgulho e Preconceito (mais especificamente apaixonada por Mr. Darcy), vive suspirando por Mr. Darcy de Colin Firth. Ela simplesmente fica esperando que apareça em sua vida um homem tão perfeito quanto o personagem e acredita realmente que nasceu na época errada. O que Jane nem imagina é que uma tia-avó que mal conhece deixa para ela de herança uma viagem, sem chance de reembolso, programada em direção a uma comunidade turística chamada Austenland (Austenlândia), em Pembroke Park, na Inglaterra. Esse lugar recria o mundo que Jane Austen retrata em seus livros, com todos os detalhes possíveis. 
De malas prontas e resolvida a se curar de sua paixonite por Mr. Darcy, ela embarca, jurando que vai voltar uma nova mulher. Ao chegar, ela recebe o nome de Jane Erstwhile e a aclimatação começa: ela não tem permissão para manter o celular, não existem equipamentos modernos a vista, todos as pessoas (atores pagos para entreter os hóspedes) se vestem como se estivessem vivendo no século XIX, enfim, são muitas mudanças. Apesar de Jane amar os livros, ela sente uma dificuldade em se adaptar e precisa lidar com o cavalheiro mal-humorado Mr. Nobley e começa a se interessar por Theodore, um dos servos da casa. Mesmo com as dificuldades, e mesmo conhecendo muito sobre Orgulho e Preconceito, sua estadia em Pembroke Park vai ensinar muita coisa a Jane, principalmente, como Elizabeth Bennet, a jovem vai passar a conhecer melhor a si mesma.



Eu vi o filme bem depois de ler o livro (a versão em inglês). Claro que a adaptação muda algumas coisas, mas eu não esperava que fosse mudar tanta coisa. O início do filme é bem divertido, mostrando o nível do fanatismo de Jane. Só que, em vez de receber uma herança de parente, é a própria Jane que paga sua viagem para Austenlândia, depois de sua amiga intimá-la a acabar com a obsessão por Mr. Darcy. Sua chegada é hilária, graças ao fato dela se vestir a caráter.
Outra mudança (pelo menos eu achei que foi uma mudança) foi o fato de Jane não sentir tanto a falta de coisas modernas, como acontece no livro (talvez porque no filme ela esconda logo de cara o celular em suas roupas para que ninguém descubra). O desdém de Mrs. Wattlesbrook por ela, que comprou o pacote mais barato, eu também percebi que é mais aparente no filme, enquanto o puxa-saquismo fica reservado para os hóspedes que podem pagar mais, como Elixabeth Charming, que nunca leu um livro de Austen e cujas regras de etiqueta do lugar ela praticamente não segue.


Para cada um dos personagens no “resort”, praticamente existe alguém que se assemelha a um personagem de Orgulho e Preconceito: o taciturno Mr. Nobley lembra Mr. Darcy, Lady Amelia Hartwright parece uma das irmãs bem-nascidas e insuportáveis de Bingley. Além disso, o aparecimento de um coronel sempre movimenta os eventos.
Uma das coisas do livro que (ainda bem) deixaram no livro é o desencantamento de Jane pela era de Jane. Quando ela se cansa dos tediosos jogos de carta e resolve passear na propriedade, dá de cara com Martin, o ator que representa o cocheiro. Ela começa a se interessar, e nesse momento, o leitor começa a jurar que ele será o Wickham de Jane… A disputa Nobley-Darcy e Martin-Wickham por Jane também foi bem feita, bem legal de se ver.


A convivência com Nobley, antes frustrante, começa a melhorar, e no baile, quando ele se declara, ela finalmente percebe que não consegue mais viver um faz de conta.
O final, claro, é diferente do livro. De modo geral, eu adorei. Diverte, faz você querer experimentar, como Jane, os costumes da época de Austen, e como não podia deixar de ser, faz você querer (pelo menos eu quis) ser praticamente disputada por dois homens completamente opostos rsrs Indicado.

15 de set. de 2014

As memórias perdidas de Jane Austen (Syrie James)




Título: As memórias perdidas de Jane Austen
Autora: Syrie James
Editora Record, 319p.

Em dezembro de 1800, aos 24 anos, Jane Austen recebe a notícia de que ela e sua família estão deixando Steventon, lugar onde viveu a vida inteira, para sempre. A mudança para Bath foi somente o primeiro dos eventos marcantes de sua vida. O segundo aconteceu alguns depois: a morte de seu pai, George Austen, deixando Jane, sua mãe e sua irmã Cassandra a depender da caridade de amigos e familiares, já que o reverendo não havia deixado renda alguma e a casa em Steventon havia ido para o irmão mais velho, James. Em uma conversa com outro de seus irmãos, Henry, Jane é convidada para visitar Lyme, onde ela conhece o refinado Sr. Ashford. Depois de um primeiro encontro um pouco diferente, e percebendo que Henry conhece o amigo de Ashford, Sr. Churchill, logo se estabelece uma amizade. Mais do que isso, Jane sente uma profunda conexão com o recém conhecido. No entanto, a partida repentina deles deixa Jane desagradavelmente surpresa, sem entender nada. Ela se conforma em não ter mais notícias dele, até que um encontro inesperado, tempos depois, a faz se sentir enganada. Enquanto isso, ela trabalha em seus livros, reescrevendo, revisando e descartando tudo só para começar novamente, tirando algumas idéias de sua própria história de vida. Quando ela pensa que poderá ter o seu próprio final feliz, tudo cai por terra.

É uma verdade (acredito, universalmente reconhecida) que, com poucas exceções, a apresentação do herói em uma história de amor nunca deve acontecer no primeiro capítulo, mas, de preferência, ser adiada para o terceiro; que um breve alicerce deve ser inicialmente estabelecido, familiarizando o leitor com as principais pessoas, lugares, circunstâncias e conteúdo emocional da história, de modo a permitir maior valorização dos acontecimentos conforme se desenrolam.

Esse livro é maravilhoso. Eu esperava uma coisa completamente diferente, e tive uma surpresa ótima. Em primeiro lugar, já no Prefácio do Editor, a Dra. Mary I. Jesse oferece uma breve explicação sobre o que o tipo de biografia que vai encontrar nas páginas deste livro. Acontece que um operário, ao fazer reparos no telhado da mansão de Chawton House, descobriu um baú repleto de manuscritos e com uma caixa de veludo contendo um anel de ouro e rubi. Os primeiros especialistas que o analisaram formalmente autenticaram os manuscritos como de autoria de Jane Austen. Existiram discussões sobre o conteúdo dos manuscritos, e especulações sobre os motivos que levaram a autora, aparentemente, a querer esconder um caso de amor que ela viveu. Então, a Dra. Jesse, uma destas especialistas, fez as correções necessárias e Syrie James publicou este livro de memórias, exatamente como Jane o escreveu. A história é completamente fascinante e fornece uma nova luz sobre a vida de uma escritora tão amada quanto Jane Austen é até hoje. Dá para perceber claramente a influência dos acontecimentos reais em suas obras (e confesso, algumas cenas me fizeram surtar completamente). Me peguei desejando muito que ela realmente tivesse tido seu final feliz com o homem que amava, mesmo sabendo que não seria possível porque conheço sua história. É estranho afirmar isso sobre um livro que fala de memórias, mas este é um livro que eu recomendo ler e reler e reler sempre que você quiser conhecer uma história de amor que, mesmo não tendo o final esperado, ainda vai aquecer seu coração.

11 de jun. de 2012

O senhor do Senhor dos Anéis (Lin Carter)


Título: O senhor do Senhor dos Anéis: o mundo de Tolkien
Autor: Lin Carter
Editora Record, 219 p.

A vida de Tolkien e suas obras, principalmente O Hobbit e O Senhor dos Anéis, são analisados nesta obra de uma forma bastante acessível. Lin Carter também aborda a questão do gênero literário no qual se enquadram as obras, assim como a teoria de Tolkien sobre contos de fadas e os autores e obras que, antes de Tolkien, estabeleceram as bases para o gênero da fantasia. O autor também fala das fontes básicas de Tolkien, ressaltando a influência dos poemas édicos. O livro conta com uma bibliografia crítica sobre O Senhor dos Anéis e resumo da trilogia.

Um dos primeiros livros que comprei sobre Tolkien e sua obra, o livro de Carter é um excelente guia para aqueles que gostam do Senhor dos Anéis ou somente tem curiosidade sobre a obra de Tolkien, pois o autor não somente fala dos livros mas também aborda de forma objetiva as principais influências do mestre. Muito recomendado.

23 de set. de 2010

Desafio Literário - Setembro: A Casa das Sete Mulheres (Leticia Wierzchowski)


Tema: Romance Histórico

Mês: Setembro

Título: A Casa das Sete Mulheres

Autor(a): Leticia Wierzchowski

Editora: Record

Nº de páginas: 516

O livro é sobre...
a Guerra dos Farrapos - (1835-1845) e suas conseqüências maléficas sobre o destino de homens e mulheres. O líder do movimento, Bento Gonçalves da Silva, isolou as mulheres de sua família em uma estância afastada das áreas em conflito com o propósito de protegê-las. A guerra começou a se prolongar. E a vida daquelas sete mulheres confinadas na solidão do pampa começou a se transformar...

Eu escolhi este livro porque...
Não tinha mais nenhuma opção viável de romance histórico. Na verdade, eu tinha uma trilogia sobre Cleópatra, um romance histórico, mas acabei vendendo para um sebo porque tinha meio que enjoado... Mas foi bom porque eu finalmente vim ler este, eu amo essa história.

A leitura foi...
Legal porque gosto de história. E um romance histórico traz mais luz a acontecimentos que a gente às vezes não entende.
É um livro ótimo porque une dois assuntos que eu adoro: história e literatura. O romance da vida de Manuella, sobrinha de Bento Gonçalves, é tocante. Eu não consigo mais dissociar a personagem da atriz que fez a série homônima.E o Thiago Lacerda de Giuseppe Garibaldi..... Meu Deus, esse homem tem descendência italiana, não é possível como ele cai bem na pele de italiano!!! O romance dos dois começa tão puro. O pior é que eu já sabia, desde as minhas aulas de história, que ele casa com Anita, mas eu queria que ele ficasse com a Manuella. Enfim. O legal do livro é que os “capítulos” são divididos em Cadernos da Manuella. Apesar disso, não consegui identificar quem é o narrador, algumas vezes parece que é o narrador observador. Mas uma frase: Meu Garibaldi era um homem forte...” me fez pensar diferente. E no fim descobre-se que narra. A linguagem, a descrição dos acontecimentos, tudo isso faz o livro ser interessante. O fim do livro é como o fim da série, a Manuella falando sobre os acontecimentos seguintes a revolução e ao que aconteceu com sua família. E a frase final sobre a eterna “noiva de Garibaldi”... O livro é lindo. Se você gostou da série e tem na cabeça ainda todas aquelas cenas lindas com Marcus Vianna ao fundo, vai amar o livro.

A nota que eu dou para o livro:
5 (Ótimo)