Baseado no livro Lady Susan, de Jane Austen, o filme conta a história de Lady Susan Vernon (Kate Beckinsale). Tendo se tornado viúva recentemente, Lady Susan se refugia na fazendo dos antigos cunhados, buscando se afastar das fofocas sobre seus casos amorosos. Lá reflete sobre a vida e decide arranjar um novo marido para si e um bom pretendente para a filha, Frederica (Morfydd Clark).
O filme é bonitinho, Kate Beckinsale é a exata imagem do que sempre imaginei como seria Lady Susan: bonita, afetada, descaradamente cínica. Como o livro, a história tem seus momentos cômicos e irônicos, mas isso é a única coisa que vou falar sobre a inevitável comparação entre a obra e sua adaptação. O filme cativa e a maneira como a história é apresentada é bem simples.
Lady Susan não é bem-quista por quase ninguém; a própria filha (Morfydd Clark) não aguenta as armações da mãe e se desespera quando percebe que será usada para que Lady Susan consiga o que quer. A cunhada, Catherine, não a suporta pois Susan quase impediu seu casamento, e a antipatia aumenta quando ela percebe que a viúva está conseguindo enredar em seus joguinhos de sedução seu irmão, Reginald DeCourcy (Xavier Samuel). A única pessoa com quem vemos Susan travar um bom relacionamento é sua amiga, Alicia Johnson (Chloë Sevigny).
O que melhor pode ser dito sobre o filme é sobre a protagonista, totalmente diferente do que estamos acostumados a ver nos romances de Jane Austen. Lady Susan é completamente transgressora: ela faz das convenções sociais o que quer para alcançar seu objetivo, usa e abusa de quem quer que seja, ao mesmo tempo em que se mostrada chocada com descortesias pequenas. Aliás, essa é a maior diversão da história, a constante hipocrisia (que eu também chamo de cara de pau) da personagem acaba fazendo o espectador dar algumas risadas, principalmente nas cenas (aliás, as melhores do filme) entre Susan e Alicia. Vale muito a pena assistir.